quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
Carta do Cacique Mutua sobre Belo Monte
                    Carta do Cacique Mutua (dos Povos Xavantes) a todos os povos da Terra                 
O Sol me acordou dançando  no meu rosto. Pela manhã, atravessou a palha da oca e brincou com meus  olhos sonolentos. O irmão Vento, mensageiro do Grande Espírito, soprou  meu nome, fazendo tremer as folhas das plantas lá fora. Eu sou Mutua,  cacique da aldeia dos Xavantes. Na nossa língua, Xingu quer dizer água  boa, água limpa. É o nome do nosso rio sagrado. Como guiso da serpente, o  Vento anunciou perigo. Meu coração pesou como jaca madura, a garganta  pediu saliva. Eu ouvi. O Grande Espírito da floresta estava bravo. Xingu  banha toda a floresta com a água da vida. Ele traz alegria e sorriso no  rosto dos curumins da aldeia. Xingu traz alimento para nossa tribo.
Mas hoje nosso povo está triste. Xingu recebeu sentença de morte. Os caciques dos homens brancos vão matar nosso rio. O lamento do Vento diz que logo vem uma tal de usina para nossa terra. O nome dela é Belo Monte. No vilarejo de Altamira, vão construir a barragem. Vão tirar um monte de terra, mais do que fizeram lá longe, no canal do Panamá.
Mas hoje nosso povo está triste. Xingu recebeu sentença de morte. Os caciques dos homens brancos vão matar nosso rio. O lamento do Vento diz que logo vem uma tal de usina para nossa terra. O nome dela é Belo Monte. No vilarejo de Altamira, vão construir a barragem. Vão tirar um monte de terra, mais do que fizeram lá longe, no canal do Panamá.
Enquanto inundam a floresta de um lado,  prendem a água de outro. Xingu vai correr mais devagar. A floresta vai  secar em volta. Os animais vão morrer. Vai diminuir a desova dos peixes.  E se sobrar vida, ficará triste como o índio.
Como uma grande serpente prateada,  Xingu desliza pelo Pará e Mato Grosso, refrescando toda a floresta.  Xingu vai longe desembocar no Rio Amazonas e alimentar outros povos  distantes. Se o rio morre, a gente também morre, os animais, a floresta,  a roça, o peixe tudo morre. Aprendi isso com meu pai, o grande cacique  Aritana, que me ensinou como fincar o peixe na água, usando a flecha,  para servir nosso alimento.
Se Xingu morre, o curumim do futuro  dormirá para sempre no passado, levando o canto da sabedoria do nosso  povo para o fundo das águas de sangue. Pela manhã, o Vento me levou para  a floresta. O Espírito do Vento é apressado, tem de correr mundo,  soprar o saber da alma da Natureza nos ouvidos dos outros pajés. Mas o  homem branco está surdo e há muito tempo não ouve mais o Vento.
Eu falei com a Floresta, com o Vento,  com o Céu e com o Xingu. Entendo a língua da arara, da onça, do macaco,  do tamanduá, da anta e do tatu. O Sol, a Lua e a Terra são sagrados para  nós. Quando um índio nasce, ele se torna parte da Mãe Natureza. Nossos  antepassados, muitos que partiram pela mão do homem branco, são sagrados  para o meu povo.
É verdade que, depois que homem branco  chegou, o homem vermelho nunca mais foi o mesmo. Ele trouxe o espírito  da doença, a gripe que matou nosso povo. E o espírito da ganância que  roubou nossas árvores e matou nossos bichos. No passado, já fomos  milhões. Hoje, somos somente cinco mil índios à beira do Xingu, não sei  por quanto tempo.
Na roça, ainda conseguimos plantar a  mandioca, que é nosso principal alimento, junto com o peixe. Com ela, a  gente faz o beiju. Conta a história que Mandioca nasceu do corpo branco  de uma linda indiazinha, enterrada numa oca, por causa das lágrimas de  saudades dos seus pais caídas na terra que a guardava.
O Sol me acordou dançando no meu rosto. E o Vento trouxe o clamor do rio que está bravo. Sou corajoso guerreiro, não temo nada.
Caminharei sobre jacarés, enfrentarei o  abraço de morte da jiboia e as garras terríveis da suçuarana. Por cima  de todas as coisas pularei, se quiserem me segurar. Os espíritos têm  sentimentos e não gostam de muito esperar.
Eu aprendi desde pequeno a falar com o  Grande Espírito da floresta. Foi num dia de chuva, quando corria sozinho  dentro da mata, e senti cócegas nos pés quando pisei as sementes de  castanha do chão. O meu arco e flecha seguiam a caça, enquanto eu mesmo  era caçado pelas sombras dos seres mágicos da floresta. O espírito do  Gavião Real agora aparece rodopiando com suas grandes asas no céu. Com  um grito agudo perguntou: Quem foi o primeiro a ferir o corpo de Xingu?  Meu coração apertado como a polpa do pequi não tem coragem de dizer que  foi o representante do reino dos homens. O espírito do Gavião Real diz  que se a artéria do Xingu for rompida por causa da barragem, a ira do  rio se espalhará por toda a terra como sangue e seu cheiro será o da  morte.
O Sol me acordou brincando no meu  rosto. O dia se abriu e me perguntou da vida do rio. Se matarem o Xingu,  todos veremos o alimento virar areia.
A ave de cabeça majestosa me atraiu  para a reunião dos espíritos sagrados na floresta. Pisando as folhas  velhas do chão com cuidado, pois a terra está grávida, segui a trilha do  rio Xingu. Lembrei que, antes, a gente ia para a cidade e no caminho eu  só via árvores.
Agora, o madeireiro e o fazendeiro  espremeram o índio perto do rio com o cultivo de pastos para boi e  plantações mergulhadas no veneno. A terra está estragada. Depois de  matar a nossa floresta, nossos animais, sujar nossos rios e derrubar  nossas árvores, querem matar Xingu.
O Sol me acordou brincando no meu  rosto. E no caminho do rio passei pela Grande Árvore e uma seiva  vermelha deslizava pelo seu nódulo. Quem arrancou a pele da nossa mãe?  gemeu a velha senhora num sentimento profundo de dor. As palavras  faltaram na minha boca. Não tinha como explicar o mal que trarão à  terra. Leve a nossa voz para os quatro cantos do mundo clamou O Vento  ligeiro soprará até as conchas dos ouvidos amigos ventilou por último,  usando a língua antiga, enquanto as folhas no alto se debatiam.
Nosso povo tentou gritar contra os  negócios dos homens. Levamos nossa gente para falar com cacique dos  brancos. Nossos caciques do Xingu viajaram preocupados e revoltados para  Brasília. Eu estava lá, e vi tudo acontecer.
Os caciques caraíbas se escondem. Não  querem olhar direto nos nossos olhos. Eles dizem que nos consultaram,  mas ninguém foi ouvido.
O homem branco devia saber que nada  cresce se não prestar reverência à vida e à natureza. Tudo que acontecer  aqui vai voar com o Vento que não tem fronteiras. Recairá um dia em  calor e sofrimento para outros povos distantes do mundo.
O tempo da verdade chegou e existe  missão em cada estrela que brilha nas ondas do Rio Xingu. Pronta para  desvendar seus mistérios, tanto no mundo dos homens como na natureza.
Eu sou o cacique Mutua e esta é minha palavra! Esta é minha dança! E este é o meu canto!
Porta-voz da nossa tradição, vamos nos  fortalecer. Casa de Rezas, vamos nos fortalecer. Bicho-Espírito, vamos  nos fortalecer. Maracá, vamos nos fortalecer. Vento, vamos nos  fortalecer. Terra, vamos nos fortalecer. Rio Xingu! Vamos nos  fortalecer! 
Leve minha mensagem nas suas ondas para todo o mundo: a terra é fonte de toda vida, mas precisa de todos nós para dar vida e fazer tudo crescer. Quando você avistar um reflexo mais brilhante nas águas de um rio, lago ou mar, é a mensagem de lamento do Xingu clamando por viver.
Cacique Mutua",
Xingu, Pará, Brasil, 08 de junho de 2011.
Leve minha mensagem nas suas ondas para todo o mundo: a terra é fonte de toda vida, mas precisa de todos nós para dar vida e fazer tudo crescer. Quando você avistar um reflexo mais brilhante nas águas de um rio, lago ou mar, é a mensagem de lamento do Xingu clamando por viver.
Cacique Mutua",
Xingu, Pará, Brasil, 08 de junho de 2011.
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
Ritmo Acelerado de Treinos
Desde que terminei os compromissos mais importantes relacionados à faculdade e trabalho, estou conseguindo me dedicar mais aos treinamentos de escalada indoor e na rocha. Esta ultima semana foi um exemplo:
Sexta-feira: 25/11/2011
Morro do Finder: Rolou muita escalada esportiva forte nas vias Aedes Egipt 8°b e Rubéula 8°b. Também deu para solar as vias Pernelongo 4° e outro 5° grau mais simples.
Sábado:
Descansar em casa dos treinamentos da semana anterior, deu para fazer um slack de leve.
Domingo:
Corupá: Muita escalada forte no setor do Braço Esquerdo – Corupá. Galera de Curitiba e Jaraguá e Joinville bombando no local. As vias entradas foram Anônima 6° sup uma aquecida e uma cadena equipando, cadena a vista da Lado Negro da Força 6°sup, Processos Anabólicos 7°b  uma entrada bem adrenado pela ultima queda na via, para relembrar os movimentos, a saída da Excluídos 8°b e uma coça da Abonai 8°c.
Segunda-feira:
Academia One: Levei a corda para guiar e fiz um volume de escalada para ganhar resistência. Tava confiante e no astral do dia anterior em Corupá e consegui mandar uma via longa 7ªa, entre outros trabalhos que rolaram na noite um 7°c que resultou em quedas.
Terça-feira:
Academia One: Volume de boulder com diversas linhas diferentes que já tinha mandado. Algumas fazia tanto tempo que não repetia, que me deram trabalho para mandar de novo.
Quarta-Feira:
Academia One: Trabalho de resistência em boulder, parede vertical e top rope. Muitos movimentos escalando e desescalando vias fáceis.
Quinta-feira: 
Morro do Finder: Tentativa de escalar as tradicionais vias do morro, Aedes e Rubéula. Mais estava totalmente sem Gás
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Sexta-feira: 2/12/2011
Descansar os dedos metralhados.
 Namastê
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