Faz muito tempo que a cidade de Joinville é um grande exemplo para o Brasil, quando o assunto é meio de transporte alternativo. Famosa pelo título de “cidade das bicicletas”, Joinville apresenta o dobro da média brasileira no uso do ciclismo como meio de transporte. Infelizmente este dado vem caindo com o passar do tempo, fazer uso da boa e velha magrela vem sendo trocado pela comodidade de automóveis e transporte público. Dois pontos negativos que influenciam neste dado são a falta de condições na infra estrutura da cidade e as facilidades de financiamento de veículos. Um exemplo de cidade como a de Copenhague, que reduziu a metade da frota de veículos por bicicletas, faz investimentos em ciclovias e leis no Código de Trânsito do País que facilitam e valorizam o ciclista. Joinville precisa urgentemente de investimento público nesta área, seja da prefeitura municipal ou do Deinfra. A cidade está crescendo em ritmo acelerado, as ruas e rodovias estão ficando superlotadas com o excesso de automóveis.
Estou pedalando pela cidade há anos e vejo calçadas estragadas, ruas sem acostamento, falta de ciclovias e principalmente condutores desqualificados para função. Circular de bicicleta durante os horários de pico se tornou um desafio perigoso devido a imprudência e a falta de educação de motoristas que passam por cima de tudo, para chegar logo em casa ou no trabalho. Atualmente troquei meus horários de estágio e desde que comecei a pedalar no horário de pico, quase fui atropelado três vezes, sendo uma dessas por um ônibus de transporte público.
Fico triste e cada vez mais desanimado para pedalar na cidade das bicicletas. Afinal de contas sei que no Brasil nenhuma infração de trânsito é julgada como crime. Se algum dia eu estiver pedalando e for morto atropelado por um condutor embriagado ou fora das normas do CTB, o máximo que irá acontecer é um homicídio culposo onde a liberdade é paga com fiança. E o ciclista? Vira só mais um índice nas capas de jornal.
Alecsandro Urbano